segunda-feira, 16 de abril de 2012

As cores do espectro

Nós vivemos num mundo de cores: algumas transmitem-nos felicidade; outras tristeza; algumas que apaziguam a nossa alma; outras que nos deixam com raiva; algumas que nos fazem sonhar; outras que só nos fazem lembrar do que perdemos. As cores têm um papel ativo na nossa vida, mas por serem tão presentes, acabamos por nos esquecer da sua existência e do quanto são importantes para a nós.

O mais interessante é que, apesar de terem um papel ativo nas nossas vidas, as cores não existem, ou melhor, não existem da forma como nós achamos que elas existem. De uma forma bem resumida, Isaac Newton descobriu, através de vários experimentos, a dispersão da luz branca, ou seja, percebeu que esta, ao incidir sobre um prisma de vidro totalmente polido, dava origem a inúmeras outras cores, cuja ilustração foi bem desenvolvida no álbum dos Pink Floyd The Other Side of the Moon.


Através desta descoberta, verificou-se que cada cor tem uma "frequência", e o que define a cor de um objeto é se este absorve ou não a "frequência" da mesma. Por exemplo: uma rosa vermelha é vermelha porque reflete todas as outras cores, com excepção do vermelho; o branco é branco porque reflete todas as cores e o preto é exatamente o contrário, não reflete nenhuma cor.


Mas não é por um objeto não ter uma "cor verdadeira" (sendo esta apenas o reflexo da luz) que estas não vão influenciar as nossas vidas. As cores provêm todas do mesmo espectro, mas cada uma tem a sua peculiaridade.

Desde os primórdios da humanidade, o vermelho tem sido visto como a cor "mais quente", a cor do fogo, da paixão, da energia e do amor, mas ao mesmo tempo do perigo, da raiva, do sangue e até mesmo do diabo. Todas estas definições do vermelho foram se construindo ao longo da história e se mantiveram até hoje. 


O laranja está relacionado com a energia, a criatividade, o movimento, a juventude e o Outono, mas também com o estado crítico, o perigo iminente e a bruxaria. Em muitos países é relacionado também com a realeza, com o nobre e com o poder.


Continuando a escala, o amarelo é a cor do ouro, do sol, da sabedoria, do brilho e da alegria. É, em geral, vista como uma cor muito alegre e viva, ao ponto de chegar a ser muito forte para o próprio olho. O amarelo também é visto como a inveja, a fraude e a cautela, é sobretudo um sinal de aviso.


Logo de seguida temos o verde, a cor da primavera, da esperança, do dinheiro e da tranquilidade. De facto, esta cor, complementar da vermelha, dá-nos uma sensação de calma, natureza e serenidade. Por isso, esta cor é utilizada nos hospitais, para acalmar os pacientes e deixá-los mais tranquilos. Quanto ao lado negativo, o verde é muito ligado ao veneno, à náusea, à avareza e à ganância. De facto, o verde é normalmente utilizado para mostrar os lados negativos do dinheiro e do capitalismo que corrompem povos inteiros em busca de poder.



Agora temos o ciano, uma cor que representa a tranquilidade, o ambiente sereno e apaziguador. É uma cor fresca que nos faz lembrar o céu limpo ou um mar de água cristalina. Esta destina-se também às crianças, por transmitir esta leveza rústica, natural e sem ligações urbanas.


O azul relaciona-se muito com os elementos naturais, é a cor da água, a cor do céu, mas também da paz, da lealdade e da justiça. Paradoxalmente, é fria, distante e depressiva.


E finalmente o violeta, a última cor do espectro visível, é a cor da sabedoria, da nobreza, do místico e do metafísico. Em contraste, é também associada ao excesso, à loucura, ao pânico, à falta de ar e ao desespero. 

 

O intuito desta pequena referência às cores não foi descrevê-las de forma assertiva e dogmática, pelo contrário, foi apenas uma referência às suas propriedades e valores que foram sendo desenvolvidos ao longo da história da humanidade, com o intuito de dar a conhecer, mesmo de forma muito superficial, o que cada uma delas representa a nível global. Terminamos, assim, esta pequena análise com todas as cores do espectro reunidas numa figura conhecida por todos nós - o arco-íris. 


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